Após o recesso e, em seguida com a paralisação resultante da gripe A (H1N1), que nos deixou quase dois meses ausentes do curso, estamos de Volta. É certo que essa ausência inesperada nos traz alguns prejuízos e atrasos, sobretudo em processos iniciais de aprendizado do Braille. Sabemos que nesta etapa faz-se necessário um contato mais freqüente com a escrita pontográfica, um treino mais preciso e intervalos menores entre as aulas. Essas lacunas serão preenchidas a partir de agora, momento em que o curso entra em sua fase mais dinâmica e totalmente prática.
Iniciei a aula fazendo uma breve revisão do que foi trabalhado até então (ver Quarta Aula de Braille), cujos conceitos de "cela" Braille, posição dos pontos, Primeira série de sinais, Segunda série de sinais e interpretação dos numerais foram relembrados. Como o foco da aula anterior estava direcionado a leitura/transcrição, agora saber manusear os instrumentos de escrita (reglete e punção) foi nossa prioridade. É importante salientar que, algumas técnicas são indispensáveis para o uso e aplicação corretos do código Braille em suas diversas modalidades, tais como criar uma imagem mental para cada letra, associando-as a algum signo relevante e ter como base as matrizes. Outra grande dica está na hora da inversão dos pontos para a escrita, que acontece da direita para a esquerda. Esse fato faz com que a configuração dos pontos mude de direção e não que as letras ganhem novas combinações. Por exemplo a letra "e” formada pelos pontos 1 (à esquerda) e 5 (à direita). Para a escrita ele continua tendo a mesma combinação de pontos 1 e 5, porém, o ponto 1 passa a se localizar no lado direito da "cela" e o ponto 5, à esquerda. Isso porque quando se escreve, iniciamos da direita para a esquerda e o relevo será formado na face oposta do papel e, somente ao retirarmos da prancheta que o prende e virarmos com a face para cima, a leitura será possível (Ver matéria sobre reglete e punção deste blog).
Na seqüência, após todos terem explorado os materiais, orientei sobre como colocar a folha no reglete, utilizar punção, apagar pontos a mais e utilizar as marcações na folha para retornar e avançar linhas. Pedi para que escrevessem as letras do alfabeto, em cada linha, pulando "celas". Esse exercício teve como objetivo verificar o grau de atenção e de como estão explorando o "restrito" espaço entre "celas" e linhas. Mostrei algumas dicas para evitar o cansaço dos punhos e das mãos, escrevendo, posteriormente, palavras. Fizemos algumas correções individuais. Recolhi o que produziram e deixei a proposta de uma atividade como tarefa para a próxima aula, observando como será o desempenho para a transcrição/leitura autônoma e individual.Abaixo algumas informações a respeito da "escrita Braille":
Como Facilitar a Escrita em Braille?
* Para os processos iniciais de alfabetização, recomenda-se "cobrir" algumas linhas da régua metálica do reglete, evitando confusões na troca de linhas e escrita seqüencial, já que o espaço é muito limitado e demora a ser percebido pelo tato e assimilado.
* Não é necessário empregar grande força para se obter o relevo. O que garante a qualidade na impressão das letras é o posicionamento correto do punção, de modo que esteja perpendicular ao papel.
* O punção não deve ser levantado, nem para a troca de janelas, nem para movimentos dentro de uma mesma "cela" Braille. O constante contato com o papel facilita a identificação de onde se encontra.
* Manter sempre a prancheta do reglete alinhada a carteira, pois sua inclinação pode resultar em dificuldades na localização das "celas" Braille.
* Não ter o hábito de executar ações repetitivas, como perfurar as mesmas letras ou seqüências continuamente. Recomenda-se, no máximo, uma linha de repetições, com intervalos.
Erros Mais Comuns em Textos Braille:
* Pontos a mais ou a menos em letras, o que não caracteriza erros ortográficos;
* Palavras juntas, sem intervalo de "celas" vazias;
* Palavras separadas por dois ou mais espaços;
* Espaços no meio de palavras, que ficam interrompidas;
* Troca de posição de letras na mesma palavra;
* Letras em espelho, ou seja, inversão dos pontos que compõe o símbolo;
* Repetição ou letras a mais em uma mesma palavra;
* Falta de letras em uma palavra;
* Existência de letras ou sinais estranhos em uma palavra;
* Empastelamento de linhas (quando se escreve uma linha por cima da outra);
* Pontos danificados ou rasgados devido a força empregada para marcá-los;
* Pontos mal apagados.
Parabéns às alunas que se empenharam e produziram uma escrita de qualidade. Muitos desses "erros comuns" foram superados logo no início e, daqui pra frente, o Braille surgirá como "Pontos" de conhecimento que, pelas mãos de cada uma de vocês, construirão uma nova história... o Braille é de todos nós!!
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Ola !!Lu !!Adorei seu post !Ótimas dicas !!
ResponderExcluirOlá Lu!
ResponderExcluirTudo bem?
Acabei de ler seu texto sobre a aula dada.
Muito bem explicada por sinal.
Tenha um ótimo final de semana.
Bjo prá vc. e prá mãezona também.
Até terça se Deus quiser.
Bete
E aí Lu, tudo bem !
ResponderExcluirRevendo meu material de Braille, bateu uma saudade e resolvi abrir comput e mandar um grande beijo para voce.
Ah, e um tambem para a Lucia, sua mamãe.
Beijos, saudades.
Bete