sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Apresentação de aulas "inclusivas": curso da UNESP/FEG

O Primeiro Módulo para capacitar professores em Grafia Braille, Semeando Leitores e Escritores Competentes, desenvolvido nas dependências da UNESP/FEG - Guaratinguetá, em 2009, está chegando ao fim. Desde os embasamentos teóricos, envolvendo aspectos centrais e específicos da Leitura, Escrita e Transcrição Braille, passamos pela exposição de materiais, por aulas práticas, vivências, e uma das últimas propostas teve como objetivo "desafiar" os profissionais, ali presentes, a desenvolverem uma aula "inclusiva" e acessível, não só ao Cego, mas a todas as crianças. É muito importante perceber que, durante este momento de pesquisa e elaboração, esses professores conseguem fazer uma auto-avaliação: nas primeiras aulas, quase sempre marcadas pela ansiedade e insegurança, pelo desconhecimento ou inquietação diante do novo que se apresentara a partir dali. A dúvida, se seriam capazes de "compreender" aquele emaranhado de pontos", se saberiam identificar quais as melhores estratégias a desenvolver com esse aluno e, até mesmo, o "encantamento" ao descobrir as primeiras letras, ao formar as primeiras sílabas, palavras, sentenças... e às descobertas sucessivas de que ler utilizando um código tátil também é possível e divertido.
Em cada aula as propostas se diversificavam e, nem mesmo a complexidade do código trouxe grandes dificuldades. Os desafios eram superados e, cada etapa, compreendida dentro daquele contexto. Talvez, o grande segredo deste curso nem seja o relevo percebido visualmente por cada professor, compreendido como um símbolo do alfabeto, mas sim a mudança de "olhares" com relação ao aluno deficiente visual, um "olhar" sem rótulos, cujo foco esteja em suas habilidades e no que será capaz de produzir se incentivado a crescer e a participar das aulas com seus amigos de classe. O que valorizamos, a todo momento, é essa interação professor aluno, em que ambos serão responsáveis pela multiplicação do saber, desses conhecimentos relacionados ao "novo" que irá surgir e, no desejo de construir uma relação entre as "diferenças".
Para colocar em prática tudo o que foi possível experimentar durante esse curso, a proposta foi desenvolver, em grupo, uma aula "inclusiva", envolvendo a construção e adaptação de materiais, elaboração de um plano de aula e apresentação, simulando uma aula de verdade. Os temas foram escolhidos pelos grupos e a ordem de apresentação, definida por sorteio. Durante as apresentações, utilizamos vendas e os trabalhos foram distribuídos entre os demais cursistas que, no caso, seriam os alunos desta Classe inclusiva e realizariam as tarefas conforme orientações dos professores que comandavam a aula.
Tenho a acrescentar que foram momentos ricos de descobertas, em que os cursistas exploraram a criatividade e fizeram várias adaptações, todas envolvendo alunos com e sem deficiências. Essa preocupação esteve presente em todas as apresentações e as estratégias, mesmo variadas, contemplaram todos os envolvidos. Assim, Quero compartilhar com todos os leitores deste blog, alguns dos momentos destas apresentações, parabenizando todos os grupos pelo empenho, pela dedicação e, principalmente, por acreditarem que fazer a diferença é possível!

Temas:
Grupo 1: Textura na Arte.

Grupo 2: Lateralidade - uma aula de Espanhol.

Grupo 3: Alfabetização - Bingo de letras e formação de palavras.

Grupo 4: Formas Geométricas - relação com figuras em relevo; texturas; ficha de palavras.

Grupo 5: Sensibilização - Formas Geométricas e noção de medidas; órgãos dos sentidos (temperatura, textura, aroma e paladar); fichas de palavras em Braille.

Um comentário:

  1. Lu,você conseguiu nos passar os segredos de uma ação pedagógica onde a interação aluno / professor é relevada em sala de aula fazendo corroborar a Inclusão. Parabéns!

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