sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Iniciando as Oficinas No CIAPI - meu relato

Texto escrito em maio/2015
 
Faz tempo que eu não escrevo um daqueles "textões", mas hoje não dá pra deixar guardada tanta emoção. Em quase 15 anos de profissão ainda me surpreendo com a reação de cada aluno que se depara com a possibilidade de viver além dos limites da falta da visão. Quando assumo o meu lado professora, levo comigo o mesmo entusiasmo de criança daquele dia de primavera de 1997 ao ler em Braille pela primeira vez; uma leitura que dependia somente do meu esforço, do meu entendimento. Dali pra frente o mundo coube em minhas mãos. Certamente vieram tantas outras conquistas e a maior de todas é recomeçar, porque pra mim cada nova aula será sempre um recomeço. Hoje, em especial, comecei a ministrar oficinas no Centro Integrado de Atenção à Pessoa com Deficiência e ao Idoso (CIAPI), uma sala encantadora, com recursos e tecnologias diversas, mas com um calor humano incomparável. Sim, eu ainda me emociono com a reação de encanto demonstrada em cada sorriso daqueles alunos, porque compartilho com eles das mesmas vontades, de estar em um lugar onde possam contemplar a plenitude de sua essência, sem se importarem com barreiras. Senti que traziam consigo a esperança é que estavam experimentando a liberdade, uma liberdade revestida de confiança em si mesmos. Descobriram letras soltas, estantes de livros, máquinas, mas descobriram, acima de tudo, que são capazes de escreverem seus futuros. Foi muito especial mais esse recomeço. A vida é mesmo surpreendente!!! Que sejamos o recomeço a cada dia para que nos encantemos com a simplicidade daquelas manifestações de felicidade e encanto, de vontade e gratidão.

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