Comemoramos no dia 8 de abril o dia nacional do Braille, instituído pela Lei Nº 12.266, de 21 de Junho de 2010. A data foi escolhida em homenagem ao nascimento de José Álvares de Azevedo. Ele foi o primeiro professor cego do nosso país e trouxe o método de estudo do Sistema Braille de Paris, recebendo título honorífico de “Patrono da Educação dos Cegos no Brasil”.
A comemoração nos remete a uma reflexão acerca da inclusão e acessibilidade à informação pelas pessoas cegas, cujos dedos treinados e com prática deslizam sobre pontos em relevo, num movimento simétrico para ler além do que está contido no papel. A leitura em Braille é, principalmente, a leitura de palavras, pensamentos, idéias, emoções... é a leitura de mundo presente e possível graças ao invento de Louis Braille (1809-52).
O Braille liberta a pessoa com deficiência visual da escuridão intelectual e, por esse fato, dá a essas pessoas uma visibilidade social. Podendo interagir com o mundo elas podem participar de maneira plena de todas as situações agindo de acordo com suas próprias decisões. É o único meio, também, de ter acesso direto ao conteúdo escrito, sem mediação de outras pessoas ou sistemas alternativos de áudio. Através do código Braille pode-se compreender a estrutura ortográfica e gramatical, a disposição do texto no papel e tirar suas próprias conclusões através da leitura solitária, porém muito coletiva em sensações e subjetividades.
Rendo minha homenagem aos usuários deste código, aos profissionais que fazem dele o instrumento de multiplicação de saberes e aos que reconhecem que, por meio de cada ponto podemos construir muitas histórias de inclusão. A visão dos dedos é enxergar além do que se pode ler, no arranjo de pontos, na combinação dos sinais e no constante movimento de acreditar que a desinformação só pode ser combatida com a informação.
Luciane Molina
Confira a lei na íntegra em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12266.htm
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