quarta-feira, 30 de junho de 2010

Aula em Lorena: o Alfabraille





Acabo de chegar da aula de grafia Braille que ministro em Lorena. Como não postei nada sobre a aula passada, sintetizarei aqui os acontecimentos das duas aulas.
Durante a aula ocorrida na semana passada, trabalhamos aspectos referentes a importância do ato da leitura e como "aprender" Braille contribui para o desenvolvimento do deficiente visual e sua leitura do mundo, já que toda e qualquer informação será captada pelos outros sentidos. Conhecer o mundo através das letras representa redescobrir e recriar novas possibilidades de ação e interação com o meio e com o outro. Múltiplos sentidos dão espaço a esse novo aprendizado, sobretudo quando utiliza-se as mãos para tocar e sentir, além das experiências de executar as tarefas e ler, o que antes só era possível com ajuda de ledores. Falamos também sobre a importância de se democratizar o conhecimento do Braille entre profissionais da educação e familiares da pessoa com deficiência, pois poderá ser compreendido em suas manifestações escritas e, compreender o que lhe chega por meio das palavras. É importante que o deficiente visual não se sinta isolado do mundo a sua volta, por utilizar um método de leitura tátil e escrita "desconhecido" de muitos a sua volta. Torna-se urgente incentivar o uso e aplicação deste método e promover o conhecimento e interação do deficiente visual com outras pessoas que venham a conhecer o método Braille. É pra isso que o curso veio formar os "multiplicadores" dessas informações.
Para demonstrar a importância de se estabelecer essa interação entre cegos e videntes por meio do código Braille, finalizei a aula com a leitura de um texto de reflexão e a proposta de uma atividade escrita para que, em grupo, registrassem suas opiniões. Foi um momento bastante rico para a reflexão sobre nosso papel enquanto profissionais e cidadãos para promover a inclusão do deficiente visual.
Já hoje, a proposta foi uma aula mais dinâmica. Apresentei alguns conceitos a respeito do código Braille, que envolveu conceituação básica sobre combinações de pontos, quantidade de sinais, estudo da "cela" Braille, compreendendo suas partes, posição, distribuição, numeração e contagem dos pontos. Durante a apresentação fizemos algumas atividades de reconhecimento de pontos e criação de esquemas associativos, já que utilizaremos a técnica de associar cada combinação a uma imagem mental. Para melhor representar as combinações e facilitar os estudos, cada aluna construiu um "alfabraille". A dinâmica envolveu a confecção do material utilizando E.V.A. e tampinhas de garrafa. Após a oficina realizamos atividades coletivas com esquemas associativos e reconhecimento de pontos, comparações e análise detalhada dos sinais, aprendizado das primeiras letras (matrizes do código: a b c d e f g h i j) e em grupo, escrita de algumas palavras utilizando essas 10 primeiras letras no alfabraille.

Estamos de férias. Agora os estudos continuam com atividades programadas para dar seqüência ao aprendizado. Nos encontramos em agosto. Até lá!!!!

Descrição de imagens: Fotos do alfabraille sendo confeccionado. Alunas recortando E.V.A.; colando as partes; alfabraille pronto, já com as tampinhas para representar os pontos na “cela” Braille.

2 comentários:

  1. Eh, Luciane, seu blog cada vez mais rico heim!Apreciei os trabalhos dessas professoras recortando E.V.A para fazer o Alfabraille. Parabéns Lu..Belo trabalho!

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  2. Luciane, vc está de parabéns pelo seu trabalho. Meu esposo é deficiente visual e aprendi o braille com ele. É uma pena que vc não mora aqui na capital em SP. Bjs no coração. Alessandra

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