sexta-feira, 19 de junho de 2009

Segunda aula de Braille em Lorena


Apesar de não publicar postagens já há mais de uma semana, os trabalhos seguiram. Talvez minha ausência seja justificada porque ainda mais um curso teve início nesse meio tempo, e desta vez na UNESP-Guaratinguetá. Porém, as aulas realizadas com os professores em Lorena continuam. Reservo esta postagem para contar um pouco sobre como foi nossa segunda aula.
Dando continuidade aos conceitos teóricos que envolvem todo o aprendizado das técnicas de leitura e escrita em Braille, nesse segundo encontro destinei um período para explicar detalhadamente como ocorre todo o processo, desde a estimulação até um nível mais avançado de alfabetização. Tudo isso tendo como base uma apostila teórica elaborada por mim.
Inicialmente o texto "Ler Braille é Preciso" foi lido por uma das cursistas e fizemos uma reflexão a respeito do significado que a leitura tátil tem para o cego (texto já publicado neste blog).
As leituras prosseguiram e foram alternadas entre os cursistas. Algumas pausas para a explicação dos conceitos e questionamentos deram um ar mais dinâmico para a aula. Os temas trabalhados foram: A Importância da Leitura, abordando aspectos referentes a compreensão do mundo por meio do domínio da linguagem escrita; Um Pouco de História, contando a trajetória de Louis Braille até chegar na invensão do seu sistema e uso entre os cegos; Cronologia, fazendo uma retrospectiva a respeito da adoção e expansão desse Sistema pelo mundo; Visão X Tato, traçando um comparativo entre esses dois sentidos, priorizando o tato que sustenta todo o aprendizado do Braille.
Em seguida, alguns materiais foram espalhados e distribuídos para que os alunos pudessem manuseá-los. Tratava-se de materiais para uso na fase preparatória (estimulação tátil) e para uso no processo de reabilitação: cadernos com atividades para coordenação motora, estimulação tátil, reconhecimento de formas, localização espacial, mapas em relevo, gráficos, entre outros. buscamos enfatizar as habilidades sensoriais, cognitivas e motoras que o aluno terá de adquirir.
Enquanto os cursistas exploravam os materiais, expliquei as diferenças entre a alfabetização de crianças e a reabilitação dos adultos e o que deverá ser priorizado em cada etapa. Em seguida, demos continuidade Às leituras. Os próximos assuntos foram: Alfabetização, destacando o processo silábico como o método mais favorável para o aprendizado do Braille, já que utiliza o tato como meio de exploração para combinar elementos isolados da língua e sintetizá-los em palavras e sentenças. Já no capítulo destinado a Leitura e Escrita em Braille, comentei o que deve ser evitado e as ações que precisam ser reforçadas para garantir um bom domínio do código; expliquei os movimentos de mãos e todas as dificuldades que envolvem o aprendizado. Em seguida apresentei dicas para Facilitar a leitura em Braille e dicas para Facilitar a Escrita em Braille, demonstrando na prática como essas dicas são valiosas e ajudam compreender a simbologia.
Para exemplificar como ocorre a produção Braille, levei os materiais próprios para a escrita em relevo: reglete e punção, que podem ser comparados ao caderno e lápis de quem enxerga, além das folhas que possuem uma gramatura especial. Comentamos sobre outros materiais utilizados para produzir o relevo no papel, tais como máquina de datilografia Perkins, impressoras e linhas - braille, contando como o Braille também interage com as novas tecnologias, ampliando, ainda mais, as possibilidades do deficiente visual.
No último capítulo a ser trabalhado, o assunto foi Transcrição, que consiste no ato de interpretar, com caracteres convencionais (impressos em tinta ou manuscritos) os caracteres do código Braille, tornando-os legíveis a qualquer pessoa que não conheça sua estrutura.
Assim, finalizei a Segunda Aula, convidando-os a participar de uma dinâmica que seria realizada na semana seguinte. Até a Próxima!

Um comentário:

  1. Sabe, Lu! Falar do processo histórico onde envolve Louis Braille é muito importante para quem inicia o estudo da grafia braille. Parabéns, menina. Sua matéria está lindíssima!

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