Apesar de não publicar postagens já há mais de uma semana, os trabalhos seguiram. Talvez minha ausência seja justificada porque ainda mais um curso teve início nesse meio tempo, e desta vez na UNESP-Guaratinguetá. Porém, as aulas realizadas com os professores em Lorena continuam. Reservo esta postagem para contar um pouco sobre como foi nossa segunda aula.
Dando continuidade aos conceitos teóricos que envolvem todo o aprendizado das técnicas de leitura e escrita em Braille, nesse segundo encontro destinei um período para explicar detalhadamente como ocorre todo o processo, desde a estimulação até um nível mais avançado de alfabetização. Tudo isso tendo como base uma apostila teórica elaborada por mim.
Inicialmente o texto "Ler Braille é Preciso" foi lido por uma das cursistas e fizemos uma reflexão a respeito do significado que a leitura tátil tem para o cego (texto já publicado neste blog).
As leituras prosseguiram e foram alternadas entre os cursistas. Algumas pausas para a explicação dos conceitos e questionamentos deram um ar mais dinâmico para a aula. Os temas trabalhados foram: A Importância da Leitura, abordando aspectos referentes a compreensão do mundo por meio do domínio da linguagem escrita; Um Pouco de História, contando a trajetória de Louis Braille até chegar na invensão do seu sistema e uso entre os cegos; Cronologia, fazendo uma retrospectiva a respeito da adoção e expansão desse Sistema pelo mundo; Visão X Tato, traçando um comparativo entre esses dois sentidos, priorizando o tato que sustenta todo o aprendizado do Braille.
Em seguida, alguns materiais foram espalhados e distribuídos para que os alunos pudessem manuseá-los. Tratava-se de materiais para uso na fase preparatória (estimulação tátil) e para uso no processo de reabilitação: cadernos com atividades para coordenação motora, estimulação tátil, reconhecimento de formas, localização espacial, mapas em relevo, gráficos, entre outros. buscamos enfatizar as habilidades sensoriais, cognitivas e motoras que o aluno terá de adquirir.
Enquanto os cursistas exploravam os materiais, expliquei as diferenças entre a alfabetização de crianças e a reabilitação dos adultos e o que deverá ser priorizado em cada etapa. Em seguida, demos continuidade Às leituras. Os próximos assuntos foram: Alfabetização, destacando o processo silábico como o método mais favorável para o aprendizado do Braille, já que utiliza o tato como meio de exploração para combinar elementos isolados da língua e sintetizá-los em palavras e sentenças. Já no capítulo destinado a Leitura e Escrita em Braille, comentei o que deve ser evitado e as ações que precisam ser reforçadas para garantir um bom domínio do código; expliquei os movimentos de mãos e todas as dificuldades que envolvem o aprendizado. Em seguida apresentei dicas para Facilitar a leitura em Braille e dicas para Facilitar a Escrita em Braille, demonstrando na prática como essas dicas são valiosas e ajudam compreender a simbologia.
Para exemplificar como ocorre a produção Braille, levei os materiais próprios para a escrita em relevo: reglete e punção, que podem ser comparados ao caderno e lápis de quem enxerga, além das folhas que possuem uma gramatura especial. Comentamos sobre outros materiais utilizados para produzir o relevo no papel, tais como máquina de datilografia Perkins, impressoras e linhas - braille, contando como o Braille também interage com as novas tecnologias, ampliando, ainda mais, as possibilidades do deficiente visual.
No último capítulo a ser trabalhado, o assunto foi Transcrição, que consiste no ato de interpretar, com caracteres convencionais (impressos em tinta ou manuscritos) os caracteres do código Braille, tornando-os legíveis a qualquer pessoa que não conheça sua estrutura.
Assim, finalizei a Segunda Aula, convidando-os a participar de uma dinâmica que seria realizada na semana seguinte. Até a Próxima!
Sabe, Lu! Falar do processo histórico onde envolve Louis Braille é muito importante para quem inicia o estudo da grafia braille. Parabéns, menina. Sua matéria está lindíssima!
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