Por mais que o conceito de sociedade inclusiva aproxime pessoas com e sem deficiência, é bastante provável que as diferenças sejam percebidas, não como um estigma, mas de modo a reforçar uma maneira de se comunicar ou de se locomover que não são os praticados pela maioria. Como pessoa com deficiência visual, percebo, nesses últimos anos, uma tentativa de aproximação de realidades que se fundem dentro de um mesmo propósito: que pessoas com deficiência se sintam produtivas exercendo um ofício; que sejam também usuárias de serviços, consumidoras de produtos; que saiam de casa para conquistar seu espaço; que sejam visíveis, protagonistas e cidadãs.
Depois de mais de uma década eu descobri que a frase poética acima poderia se encaixar dentro da minha realidade. Sempre acreditei que as mãos enxergam tanto quanto a visão; que a audição, o olfato, o paladar davam ótimas pistas para interpretar o mundo; e que ser guiada por alguém era mais do que um ato generoso, é amizade, é cumplicidade, é saber que juntos conseguimos ir mais longe.
Uma empresa não se constitui apenas de empregados e empregadores. O mercado de trabalho para pessoa com deficiência requer que a instituição pública ou privada acredite no que o outro é capaz de oferecer. E quando nos sentimos mais iguais na multidão é hora de comemorar, porque a deficiência deixou de ser visível para se tornar condição secundária. Entretanto ela não deixou de existir.
Parece simples para alguns, complexo para outros. O desafio de uma empresa inclusiva não está apenas na adaptação de um posto de trabalho, nem somente na contratação para cumprir a Lei de Cotas. O desafio está no dia-a-dia, no relacionamento interpessoal, nas barreiras atitudinais superadas. hoje eu posso comemorar essas conquistas invisíveis que nos dão visibilidade e muita alegria. Agradeço a cada um que compartilha comigo aquele "bom dia" pela manhã, um projeto finalizado, uma meta atingida, uma ajuda necessária, uma parceria de sucesso... ser equipe é olhar quem está em volta.
Estou aqui para divulgar uma das ações que mais me alegram, como pessoa com deficiência e hoje também como funcionária da Secretaria Municipal dos direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso. Trata-se do Prêmio Selo Empresa Inclusiva, descrito abaixo. Conheça, divulgue e faça parte dessa iniciativa tão necessária para a inclusão da pessoa com deficiência.
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As inscrições para o concurso "Empresa Inclusiva" terminam no dia 15 de agosto. A Prefeitura de Caraguá, por meio da Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso, promove o concurso pelo segundo ano consecutivo. A premiação será no dia 3 de dezembro, data em que se comemora o "Dia Internacional da Pessoa com Deficiência".
O concurso foi instituído pela Lei Municipal 2.158, de 25 de abril de 2014. O "Selo Empresa Inclusiva" será concedido para empresas locais, de diferentes categorias, que se destacam na implementação de ações de acessibilidade e da empregabilidade de pessoas com deficiência e idosas para inserção no mercado de trabalho, acesso e participação em bens e serviços.
Podem participar do programa estabelecimentos de Comércio e Serviços de Caraguá nas seguintes categorias: microempresa (até nove funcionários); pequeno porte (10 a 49 funcionários); empresa de médio porte (50 a 99 funcionários); e grande porte (acima de 99 funcionários).
As empresas terão acompanhamento e orientações técnicas gratuitamente, oferecidos por profissionais da Prefeitura.
O primeiro lugar nas categorias empresa de grande e médio porte receberá R$ 10.000,00 e troféu. O primeiro lugar nas categorias pequena e microempresa receberá R$ 8.000,00 e troféu. O selo poderá ser utilizado nas veiculações publicitárias para promover serviços e produtos da empresa. Os vencedores também terão publicidade nos eventos da Prefeitura de Caraguá.
Para concorrerem, as empresas devem se inscrever na secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência e do Idoso, na Avenida Rio de Janeiro, 860, bairro Indaiá, de segunda a sexta, de 8h às 12h e de 14h às 17h.
Critérios
As empresas participantes serão avaliadas por uma comissão julgadora, formada por profissionais interdisciplinares que já desenvolvem trabalhos na área de inclusão e acessibilidade. Dois critérios serão julgados: Empregabilidade e Acessibilidade.
Na primeira área serão analisados os seguintes itens: contratação e tempo de serviço; condições de trabalho; quantidade de pessoas com deficiência e idosos; tipos e graus de deficiências; variação de Idade; capacitação referente à atividade e função profissional; sensibilização com a equipe de trabalho e valorização.
Na outra área, as questões: atendimento prioritário; estacionamento ou área de embarque e desembarque; calçada e entrada do estabelecimento; circulação; ambientes; mobiliário interno; sanitários; sistema de comunicação e sinalização; e tecnologia assistiva empregada.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social de Caraguá
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