Segunda Aula do Curso de Braille em Ubatuba
No nosso segundo encontro, realizado nessa sexta-feira (11) demos
continuidade aos conceitos referentes ao uso do tato para o aprendizado
da leitura e da escrita Braille, técnicas referentes a estimulação
sensorial, fase preparatória e passamos pelos materiais indispensáveis à
produção de textos em Braille, apresentando uma breve demonstração do
uso de reglete e punção, pois esses instrumentos serão estudados com
maior profundidade mais tarde.
Além disso, algumas dicas de como facilitar a leitura e a escrita em
Braille foram repassadas a fim de que o professor compreenda todo o
processo de aquisição das habilidades sensoriais, cognitivas e motoras,
necessárias ao bom domínio da alfabetização e reabilitação pelo método
Braille.
E enquanto a aula se desenrolava, os materiais eram também apresentados
a uma nova companheira de turma, uma aluna da rede municipal de Ubatuba
que foi nos visitar no curso. Ela tem deficiência visual e havia se
afastado do Braille por falta de estímulo e agora, no oitavo ano
gostaria de retomar as atividades e foi conhecer como estávamos lidando
com esse assunto.
Também recebemos a visita da secretária de educação do município de
Ubatuba e da coordenadora de educação especial; ambas demonstraram
satisfação pelo empenho dos professores em estarem em busca de novos
conhecimentos e desejaram a todos um excelente curso.
Continuamos as atividades dedicando-nos a uma etapa que, talvez, seja a
mais importante do curso: a demonstração da primeira série de sinais do
alfabeto e sua composição, letra a letra, comparando semelhanças e
diferenças. Fizemos a decodificação numérica dos pontos e,
posteriormente, ensinei como a representação imagética surgiria como
associação a objetos, figuras e imagens representativas, que fazem parte
do repertório individual. Coletivamente fizemos algumas associações,
além de trazer a noção de reversibilidade ou espelho das letras.
Reforcei o aprendizado das dez primeiras letras acrescentando a noção de
símbolo simples e símbolo composto, este segundo baseado no sinal de
letra maiúscula e sinal de algarismo e aproveitei pra ensinar como as
letras do alfabeto simples podem ser grafadas em maiúsculo e, também,
como as mesmas letras podem se transformar em numerais mediante a
colocação de um sinal acessório que antecede o símbolo.
Algumas fichas de palavras prontas foram apresentadas por mim e a
leitura, quase silabada, começou a ser feita coletivamente, como se uns
ajudassem os outros a desvendarem peças de um quebra-cabeça. Esse é um
dos pontos mais relevantes da aula, cuja sensação de medo, angústia e
desespero se mesclam. Desespero quase sempre atenuado no ou desaparecido
até o final da aula, dando lugar a uma satisfação inexplicável de
conseguir aquilo que antes imaginavam impossível.
Enquanto liam as fichas, uma a uma apresentadas por mim, descobriram a
noção de espaço entre símbolos e encontraram a letra "É". Surpresos
trataram de esboçar um desânimo ao saberem que teriam que aprender novas
combinações, mas logo sentiram-se encantados ao saber que essa letra foi
aprendida antes mesmo da letra "a", pois a "cela" braille completa já se
transformara em amiga antiga e inseparável de quem deseja aprimorar o
aprendizado do código Braille. Toda e qualquer combinação depende,
exclusivamente, da "cela" braille como ponto de partida.
Para finalizar, iniciamos o processo de transcrição, cujos conceitos e
técnicas foram claramente explicados por mim e colocados em prática por
cada cursista ao realizarem a atividade número 1 da nossa apostila. a
atividade continha palavras já conhecidas das fichas de leitura e outras
novas. Consistiu na transcrição das mesmas na própria folha da apostila.
Conferimos oralmente e todos tiveram um excelente desempenho. Como
tarefa pedi que realizassem a atividade de número 2 e lessem o passo a
passo na apostila sobre como trabalhar a conceituação básica do alfabeto
através do alfabraille.
Foi mesmo uma aula muito produtiva. Obrigada pela participação e uma
estrelinha de parabéns a cada um que desempenhou com maestria e ousadia
a função de se transformarem em multiplicadores. Chegaremos lá!
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