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domingo, 26 de setembro de 2010
Aula de Braille em Lorena: trabalho colaborativo - texto
O trabalho colaborativo sempre foi uma estratégia em meus cursos. Acredito que através da interação com outras pessoas podemos multiplicar e compartilhar conhecimentos e, assim, contribuímos não só para o crescimento dos nossos parceiros, mas também nos envolvemos com as tarefas e enriquecemos nossas ações com aquilo que os outros nos trás.
Foi assim nossa aula em Lorena do dia 22 de setembro. A idéia do trabalho colaborativo trouxe uma dinâmica diferente aos trabalhos que, até então, estavam mais direcionados ao individual, apesar das constantes trocas entre cursistas serem permitidas. Foi o momento de explorar técnicas de escrita e leitura, enfatizando as preferências de cada cursista que, agrupadas em duplas trabalharam a leitura e a escrita do texto "Folclore". Enquanto um membro da dupla lia o texto em Braille, sem transcrevê-lo, o outro membro o escrevia em Braille utilizando reglete e punção.
Exploramos tudo o que foi aprendido até então: alfabeto simples e formação de palavras, letra maiúscula, sinais de pontuação, formação de parágrafos, separação silábica e normas técnicas de escrita de texto, como títulos, por exemplo.
O destaque está na quantidade de informações a serem observadas por quem "ouve" e por quem "fala/dita" o texto. A precisão de informações é decisiva para que a escrita aconteça sem prejuízos. Assim o professor deve estar atento ao transmitir uma informação para o deficiente visual que, não está visualizando o que tem que copiar, recorrendo apenas ao que lhe é informado oralmente.
Nesta aula também assistimos ao filme Cão-Guia, com áudio-descrição. Apresentei e falei um pouco sobre este recurso e, em seguida, fizemos uma roda de conversa a respeito das mensagens transmitidas pelo filme.
Até a próxima semana com mais novidades!
Descrição de imagem
Foto 1: professora orientando aluna na escrita - imagem das mãos.
Foto 2: Dupla fazendo atividades - leitura e escrita de texto; atrás professora Luciane Molina.
sábado, 18 de setembro de 2010
Mês de Setembro: aula de Braille em Lorena
O mês de setembro ainda nem entrou em sua reta final, porém foi bastante produtivo e pudemos avançar muito no curso de Braille em Lorena. As alunas já começam a não mais sentir a necessidade do modelo das letras em Braille ou, como elas chamam, da "colinha". Conseguem formular, mentalmente, a imagem das letras e a grafia Braille torna-se cada vez mais familiar.
Até então as atividades, apesar das propostas alternarem entre transcrição, reescrita e cópia, todas estavam ligadas a percepção visual, em que a reprodução das letras dependiam, ora da construção do Braille a partir da escrita manual, ora da construção do Braille partindo do próprio Braille. Só quem acompanha o processo desde o início consegue compreender o passo a passo dessas descobertas, sobretudo porque aprender Braille não corresponde a uma mera decodificação de pontos, mas envolve esquemas complexos de elaboração do pensamento simbólico, da percepção imagética, entre outros.
Cabe lembrar que nas aulas o uso da "colinha" não é uma proibição, mas peço que evitem o uso quando este não for mais necessário. Essa observação precisa partir de cada cursista, não por uma imposição minha, mas, sobretudo, para que comecem o processo de "pensar em Braille" e isso é muito particular.
Dando continuidade Às atividades anteriores, nossa primeira aula do mês teve como tema um ditado. Com essa atividade pretendemos trabalhar os aspectos da escrita por meio da audição. Eles ouvem a informação (palavra ditada) e precisam escrever em Braille, incorporando esquemas da percepção mental dos pontos que compõem as letras. Isso é, registrar em Braille a informação captada pela audição.
Em seguida, entreguei uma folha com as mesmas palavras ditadas, escritas em Braille em negro para que conferissem e corrigissem as palavras que escreveram com erros.
Já para a aula seguinte apresentei os sinais de pontuação e oito frases para transcrição e cópia. Agora as alunas já puderam ter a noção da construção de sentenças, utilizando parágrafo, e agregando os aprendizados construídos anteriormente, como sinal de letra maiúscula, entre outros.
As frases copiadas em Braille foram trocadas para que outro colega fizesse a transcrição, experimentando a real experiência de um transcritor, obedecendo erros cometidos e próprios da escrita em Braille, diferentemente de erros ortográficos.
Nossa última aula, até agora, realizada no dia 15/08, apresentei a tabela com as letras acentuadas e alguns blocos de palavras para transcrição. A atividade consistiu no registro de palavras acentuadas.
Nesta mesma aula apresentei um vídeo veiculado na Globo News, mostrando o Instituto Benjamin Constant, as aulas de Braille, a imprensa Braille e produção de livros e as novas tecnologias incorporadas ao uso do Braille.
Nos encontramos na próxima semana!
Descrição de imagem:
Foto 1: Aluna transcrevendo Braille em negro.
Foto 2: Aluna escrevendo Braille, utilizando reglete e punção.
Projeto Braille Acessível
O município de Gurupi, em Tocantins, recebe a partir do dia 17 de setembro o Projeto Braille Acessível. Com o objetivo de fomentar a inclusão dos deficientes visuais com o meio social, o curso de Braille será oferecido gratuitamente para professores da rede pública municipal e conta com carga horária de 80 horas, sendo 50 horas na modalidade presencial e 30 horas, à distância. A professora responsável pelo projeto e ministrante das aulas é Franqueslane Ferreira de Lima (ver foto), que também atua neste município como professora de Atendimento Educacional Especializado.
Franqueslane despertou para esse projeto a partir da observação das dificuldades que os educandos com deficiência visual inclusos no ensino fundamental enfrentam no processo de leitura e escrita. "Surgiu, então, a necessidade de criarmos um projeto de divulgação desse sistema, o qual tem o intuito de melhorar o ou sanar essa problemática que norteia os envolvidos neste processo", afirma. ela, que foi uma das cursistas da primeira turma do Curso à distância Grafia Braille - "semeando leitores e escritores competentes", ministrado pela pedagoga Luciane Molina, pelo GRUPO DE PRODUÇÃO EM EDUCAÇÃO & CULTURA (Fpec), teve contato com às técnicas de leitura e escrita em Braille, praticando, por meio de atividades programadas durante todo o curso e se envolvendo com as peculiaridades desta escrita e de como se processa o aprendizado do Braille. Tornou-se multiplicadora dessas informações que, a partir daí, ganham o mundo por diversas mãos.
O projeto Braille Acessível conta com a consultoria da pedagoga Luciane Molina que, continua em contato com Franqueslane para sanar dúvidas, orientar construções e fornecer informações para os encontros e, formar mais multiplicadores do Código Braille. Assim estamos caminhando rumo a inclusão do aluno com deficiência visual, não só no espaço escolar, mas, sobretudo, no meio social.
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