segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Reta Final: Aula 12 em Lorena

Mais um encontro, nova etapa! Agora é a vez de trabalharmos em duplas e verificar, dentre os membros de cada uma delas, quem possui maior habilidade para a escrita e quem possui maior habilidade para a leitura. A atividade consiste em ler um texto em Braille, sem prévia transcrição e, organizar as tarefas de modo que um dos membros da dupla fique responsável pelo ditado e, o outro, pela escrita, utilizando reglete e punção. É claro que deve-se observar todos os critérios e normas técnicas para a produção de textos em Braille, respeitando parágrafos, títulos, espaçamentos, pontuação e acentuação.
Já estamos na reta final e, por isso, as atividades tornam-se mais complexas, com um nível mais avançado, já que o profissional do Braille deve perceber todas as peculiaridades deste sistema e adequá-los à realidade de seus novos alunos. Não devemos poupá-los dos esforços que terão de fazer, nem mesmo deixá-los às margens do conhecimento por desconhecer algum aspecto do Sistema. É de extrema importância criar metas e buscar desafios que venham suprir todas as necessidades de uma alfabetização plena e eficaz.
Pensar em uma aula inclusiva, não apenas adaptando um único material para determinado aluno, em exclusividade, não garantirá a qualidade ou a participação de todo o grupo. As aulas precisam ser pensadas para todos e, quem sabe, sendo assim, possa haver uma maior integração e participação dos demais colegas. Cabe lembrar sobre a interação que deve haver entre professor, aquele mediador da aprendizagem, e entre os alunos com ou sem deficiências para que o trabalho seja, realmente, significativo. Todo o grupo deve perceber que estão trabalhando em uma equipe e que, em conjunto, são capazes de construir um aprendizado e atingir as metas.
Sugiro trabalhar com materiais concretos, organizar jogos cooperativos, construir materiais que todos possam utilizar, tais como alfabeto móvel, bingos, caça-palavras, dominós, enigmas, etc. Brincadeiras e dinâmicas que envolvam todo o grupo também ajudam nesses estágios, sempre tendo o Braille como "referência" nessas atividades. Assim, até mesmo quem enxerga pode tomar contato com esse código, sendo um meio de inclusão e do "não" isolamento cultural das pessoas cegas.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Décimo Primeiro Encontro: Aula de Braille em Lorena

Como mencionado nas postagens anteriores, as quais tenho divulgado as etapas que compreendem o aprendizado do Braille por videntes, temos a proposta deste encontro baseada na leitura e reprodução de um texto sem que o mesmo seja transcrito. Desta vez o objetivo foi "visualizar" uma produção Braille e conseguir identificar palavras e sentenças apenas pelos símbolos em relevo. Neste momento a transcrição não foi recomendada, pois os profissionais deveriam conseguir compreender, por exemplo, a produção de um aluno que chega para pedir auxílio, evitando, portanto, ter de realizar a transcrição para manifestar-se quanto às possíveis dúvidas desse aluno. É como se comparássemos a situação em que o professor, atuando como mediador da aprendizagem, fizesse intervenções em alguma produção individual escrita em tinta de seu aluno, apontando os acertos ou corrigindo, se necessário. Neste caso, não podemos deixar com que o código Braille, como um método de escrita e de acesso à informação pelo deficiente visual, seja conhecido somente a partir de uma prévia transcrição, trazendo, assim, certa defasagem no acompanhamento global em sala de aula.
Além da abordagem prática leitura X cópia, o texto em questão veio reforçar conceitos sobre letras acentuadas, sinais de pontuação e sua aplicação em um texto, parágrafo e normas técnicas de produção de texto, revisão, escrita de títulos, centralização, entre outros. A atividade trouxe muita motivação, porque nesse momento os cursistas tiveram uma melhor percepção de que já conseguem "ler" e fazer, ao mesmo tempo, o registro, reconhecendo a "reversibilidade" para a escrita. Muitas letras, por já terem sido memorizadas, não foram consultadas no momento da cópia, o que reforça ainda mais a importância de se seguir etapas e critérios para consolidar esse aprendizado, não bastando apenas a decodificação dos sinais.

Até o próximo encontro!!!

sábado, 10 de outubro de 2009

Nona e Décima aula de Braille em Lorena: Frases, Pontuação e Acentuação

Por aqui voltei para contar sobre as aulas 9 e 10 de Braille. Resolvi descrevê-las em uma única postagem, porque se tratam de conceitos mais avançados. Na nona aula apresentei os sinais de pontuação e suas aplicações em frases, algumas normas técnicas quanto a escrita de pontuações e parágrafos, disposição e distribuição do texto no papel. Fizemos uma leitura compartilhada, em que cada cursista esteve responsável pela leitura de uma frase, sem que esta estivesse transcrita. Na medida em que eram lidas, os sinais de pontuação foram identificados quanto a posição dos pontos correspondentes ao símbolo ali representado. Neste momento aceleramos um pouco para atingir algumas metas previstas. Apresentei o sinal correspondente ao "ç" e a transcrição de Algumas palavras. Para reforçar a escrita e leitura de sinais de pontuação e sua aplicação em frases, pedi a transcrição e a reescrita, em Braille, de "frases" e, desta vez, utilizando palavras com o "ç". Na décima aula chegou a vez de levar ao conhecimento dos cursistas as letras acentuadas. Fizemos algumas transcrições, correções e reescrita, em Braille. Para as acentuações não seguimos a mesma lógica do alfabeto, cujos pontos eram acrescentados ou retirados a partir de uma matriz. Cada acentuação exige uma combinação específica e, muitas vezes, a leitura acontece por "dedução". Neste momento é preciso ter bem estabelecidas as "imagens mentais" de todo o alfabeto, evitando dúvidas e trocas de sinais. A noção de reversibilidade no momento da escrita também é outro fator determinante e que, nesta etapa, é preciso estar bem consolidada.
Até a próxima aula... os textos estão vindo por aí!!!

Clique aqui e obtenha uma tabela com a Simbologia Braille Básica